No contexto
actual de estagnação dos mercados tradicionais utilizados pelas empresas
portuguesas, designadamente o mercado europeu, uma das alternativas passa pelo
investimento nos mercados africanos. Na realidade, o continente africano apesar
de ser olhado com alguma desconfiança, possui uma localização geográfica
estratégica, pois, faz a ligação entre os continentes europeu e asiático,
podendo funcionar como uma verdadeira base logística e entreposto comercial.
A importância da
região está à vista, quando verificamos que o investimento directo estrangeiro
da última década aumentou seis vezes e, que países como a China, Rússia, Brasil
e EUA estão a investir fortemente em África. Esta zona do globo tem-se tornado
cada vez mais atractiva por via da melhoria da sua conjuntura interna,
promovido pelo crescente aumento do turismo, da procura no mercado interno, do desenvolvimento
do mercado imobiliário, das baixas taxas de juro e pela crescente estabilidade
política.
O mercado
africano deve ser visto, numa perspectiva de médio/longo prazo como uma grande
oportunidade para os negócios e retorno de investimentos. Ora, tal perspectiva
deriva do aparecimento e do rápido desenvolvimento da classe média, do
desenvolvimento infra-estrutural, da existência de um contexto de negócios
favoráveis ao crescimento económico, da resistência ao desacelaramento e
estagnação do crescimento económico mundial, do crescimento do mercado interno
em consequência do aumento populacional de 13% a cada 5 anos, e da valorização
dos activos, que se encontram a níveis muito atractivos.
Verifica-se que
as empresas africanas ligadas às matérias-primas têm vindo a despertar o
interesse dos investidores estrangeiros, mas o crescimento em África não se resume
a essas mercadorias. Também, os sectores da banca, transportes, comunicações,
construção têm tido um crescimento notório. Com as devidas cautelas, o
potencial de valorização dos investimentos realizados nesta zona poderá ser
equiparável ao que actualmente se verifica em países como a China, Brasil,
Índia ou Rússia.
Por isso, deve
concluir-se, que é essencial que as empresas portuguesas, beneficiando das
ligações históricas e económicas com vários países africanos, internacionalizem
os seus negócios para esse continente, funcionando Angola e Moçambique como uma
base logística para a conquista de mercado noutros países dessa região.
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