É sabido que uma das maiores dificuldades com que as empresas se têm deparado nestes tempos de crise é a difculdade em obter financiamento. Quando uma empresa necessita de se expandir, atravessa dificildades, ou quando um empresário quer iniciar um negócio, tem de obter financiamento, o que, normalmente, significa recorrer ao crédito.
A crise que hoje vivemos iniciou-se em certas instituições financeiras e afectou primeiramente este mercado. Ora, deste modo, o recurso ao crédito junto dos bancos e demais instituições tornou-se muito mais difícil.
Consequentemente, não logrando obter financiamento, e numa conjuntura desfavorável, muitas empresas foram incapazes de se manterem no mercado. Além disso, tornou-se mais difícil abrir uma empresa, tarefa que requer um investimento inicial considerável e que os empresários, sem financiamento externo, não podem suportar.
Felizmente, em Portugal, a situação pode estar a inverter-se.
A notícia, recentemente vinda a público, de que os bancos vão deixar de comprar dívida pública do Estado Português, pode parecer negativa, numa primeira análise. Mas, num segundo juízo, é fácil entender que a notícia pode ser, afinal, benéfica para a economia portuguesa.
É que, ao deixarem de comprar dívida pública, os bancos vão passar a ter disponíveis mais fundos para a concessão de crédito a privados. Consequentemente, o recurso a esta forma de financiamento vai passar a estar mais acessível, quer às empresas, quer às pessoas singulares.
Se tudo correr como se espera, em breve, os actuais constrangimentos no financiamento das empresas vão fazer parte do passado. Com isto, estarão reunidas condições para investir, para expandir, para crescer e para inovar, e poderemos voltar a ser competitivos numa perspectiva internacional. É aí estará, finalmente, a apregoada “recuperação económica”.
Tiago Rendeiro Matos
Gabinete de Advogados António Vilar & Associados
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