quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quer vender o seu “peixe” lá fora? (entrevista invest de set. 2011)

Passou a fronteira, tem dinheiro no bolso e vai cheio de ideias de negócio.
E agora? António Vilar, especialista em mercados externos, dá-lhe uma ajuda

Quando decide internacionalizar o seu negócio, a primeira coisa que uma empresa deve fazer e definir uma estratégia sustentável. Os mercados globalizaram-se, os sectores de actividade multiplicaram-se e a escalada meteórica das tecnologias - Lideradas pela Internet - revolucionou o mundo. Desenvolvimento, progresso e bem-estar social são conceitos que sempre existiram. As variáveis para os atingir e que mudaram.
A internacionalização de uma empresa já não se resume hoje a conquista de novos mercados, mas sim a globalização das suas funções no mercado e aos desafios que se colocam a sua sustentabilidade. "Para vender no exterior, o empresário tem de dominar alguns conceitos fundamentais e, acima de tudo, ter uma mentalidade adaptada ao mundo global em que vivemos'; diz a INVEST Antonio Vilar, sócio fundador de um conceituado gabinete de advogados, no Porto.
Com 34 anos de actividade, a Antonio Vilar & Associados acumula uma vasta experiência internacional no acompanhamento dos seus c1ientes nos mais diversos mercados – hoje trabalha com mais de 200 empresas nacionais e estrangeiras, sobretudo da banca, energia, transportes, construção civil, saúde e ambiente. Nos anos 90 esteve ligado a criação do "The Euro-Atlantic­ Lawyers': uma rede de escritórios de advogados internacionais que integra hoje mais de 300 gabinetes em todo o mundo, especial mente em Espanha, França, Alemanha, Angola e Brasil. As Iigações que mantém hoje no Clube de Negócios Galiza/Norte de Portugal (fundador e presidente) e a Câmara de Comércio e Industria Luso-Francesa (vice-presidente) também reformam o seu know-how em mercados externos.
Para o advogado, "a dimensão da empresa pouco ou nada conta': Através das novas tecnologias de informação e comunicação, cada empresa pode chegar e vender onde quiser. "Importante e ter uma estratégia para definir onde produzir, onde vender e o que vender'; destaca.
Para la da fronteira, os empresários vão encontrar economias interligadas e mercados cada vez mais abertos. Daqui resulta uma crescente competição entre todos as agentes envolvidos, a quem não resta outro caminho que não a da diferenciação - na sua dimensão, no nível de especialização e na capacidade de inovação. E não devem abdicar de cooperar com outras empresas, quer no mercado nacional, quer internacional. De outra forma, defende a responsável, "será difícil crescerem e desenvolverem-se, sobretudo as PME':
No desafio da internacionalização, as empresas vão deparar-se com múltiplos obstáculos administrativos, financeiros, logísticos, fiscais e jurídicos, entre outros (ver caixa). Impõe-se, par isso, uma analise previa - para identificação de oportunidades:'estudo" da concorrência e prospecção de eventuais parcerias. Segundo Antonio Vilar, "um dos primeiros «mandamentos» a cumprir e analisar a mercado e a cultura empresarial do país de destino, de modo a criar e articular competências locais':
Embora longe de ser único, e aqui que a domínio da língua pode ser um factor determinante.
Outro grande desafio que se coloca as empresas exportadoras e a limitação de acesso ao crédito pelos bancos, de que resultam problemas financeiros e de tesouraria. O crédito escasso e caro afecta os investimentos na produção e na aquisição de matérias-primas (fornecimentos, reduzindo as fluxos de pagamentos e a ritmo das encomendas. "Face a alguns mercados externos retraídos e dificuldades de financiamento, ao aumento dos preços do petróleo, da energia e das matérias-primas e a intensificação da concorrência internacional, as empresas tem de ser persistentes, inteligentes e confiantes nas suas capacidades'; alerta a especialista.

Viragem das exportações ao conhecimento

O conceito de internacionalização vai hoje muito além da exportação tradicional. Os negócios lá fora assumem, pois, diversas formas: investimentos, parcerias, acordos de cooperação industrial ou comercial em que participam empresas de diversas dimensões, instituições financeiras internacionais e outras entidades privadas e públicas.
O perfil das nossas exportações também mudou, fruto do investimento que tem sido feito em Portugal, no conhecimento e inovação tecnológica. "Estamos a vender cada vez mais tecnologia, mais qualidade e marcas", sustenta Antonio Vilar, dando alguns exemplos de áreas em que já entramos no mercado global TIC, biotecnologia, indústria farmacêutica, sector automóvel, ambiente, aeronáutica, energias alternativas e mobilidade. E temos conseguido, conjuntamente, ganhos de competitividade nos sectores ditos tradicionais,"pela aposta das empresas na inovação tecnológica, no design e na gestão".
António Vilar
Gabinete de Advogados António Vilar & Associados

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